Sr. Carnaval,
As alas fechadas e o brilho esquecido
esfriam o tambor da nossa esperança.
Sem samba-canção de alguma bonança,
o nosso desfile é só particípio...
Sr. Carnaval,
Não tenho adereços no meu endereço,
mas chuva lavando as minhas lembranças
que escorrem sozinhas no palco vazio
de ruas silentes da grande festança.
Sr. Carnaval,
O mundo jaz frio na ausência e no medo...
A realidade se faz tão sombria
que sem tua festa neste fevereiro
nos resta o degredo de antigas folias.
Sr. Carnaval,
Resguarda a beleza do teu espetáculo!
Espera que a aurora de um novo dia
renove a pujança daqueles que lutam
para não perder sua tez de alegria.
Sr. Carnaval,
Aguenta conosco... Os teus brasileiros!
E quando puderes de novo ser pleno,
verás o teu povo brincando sem marcas
de um tempo vivido em isolamento.
Josyanne Rita de Arruda Franco
Primeira Menção Honrosa
Prêmio Bernardo de Oliveira Martins 2021
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