quinta-feira, 27 de outubro de 2022

ESCRITURA

 


Sobre as mãos antigas da minha avó

Havia um pergaminho todo escrito

De tinta azul do rio azul

Que corria embaixo dele

Eu não sabia ler a escrita de pergaminhos

Depois as mãos da minha mãe

Se pergaminharam também

Mas eu ainda não sabia ler

A escrita de pergaminhos

Um dia o rio azul secou

Sob o pergaminho das mãos

Da mãe e da avó

Aí surgiram pergaminhos

Nas minhas mãos

Escrita de pergaminhos

Se aprende

Leitura não.

 

MÁRCIA DA SILVA SOUSA (MA)

Primeiro Lugar Poema XVI Jornada Médico-Literária SOBRAMES SP

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