O
momento era de crise
e
eu ali parado, neutro, inerte.
Sonolência
estranha, deslize.
Razão
sem asas, marionete.
Na
selva escura sem saída ou alento
minha
alma se cala, anoitece.
A
glória se vai com o sopro do vento.
A
mente ofuscada, tenta, mas esquece.
Será
que o inferno é a cruel impotência
de
andar sempre a esmo, sem rumo ou porquê?
Será
que é angústia de negar a essência
do
eu verdadeiro em troca... de quê?
Será
o paraíso o enxergar formosura
nas
flores mais simples do imenso jardim?
Se
eu despojar o rancor e a censura
será
que haverá uma chance pra mim?
O
tempo, o destino e a Mãe Natureza,
ao
verem que estou entre o sim e o talvez,
respondem
sorrindo, divina certeza,
que
a vida é a ciência do tentar outra vez.
MÁRCIA ETELLI COELHO
Primeira Menção Honrosa
Prêmio Bernardo de Oliveira Martins 2020
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