Como a
erosão gera, na terra, a falésia,
a dor
imprime uma chaga no coração
A alma
fendida desaba, em poesia
e
lágrimas musicadas, compondo a canção.
Enquanto
a gaivota sobrevoa região ignota,
inóspita,
inserida no universo insano,
os
olhos tristes choram a derrota;
são
tantas gotas que formaram o oceano.
Qual a
brisa que serpeia entre os coqueiros
torna-se
vendaval que revolve o mar,
um
pequeno deslize entre companheiros
pode
rompimento e dor acarretar.
Lágrimas
das nuvens borrifam as plantinhas,
mas
podem tornar-se poderosos temporais.
Uma
palavra inconveniente nas entrelinhas,
consegue
às vezes criar distâncias abissais.
O ser
humano que magoa, indiferente,
ressaltando
discutíveis atributos seus
causa
no outro um queloide incandescente;
distancia-se
mais e mais de Deus.
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