As
águas o casco abriu.
A
chuva cuidou caiu.
O
seco calor suou.
Nas
pedras Caldeira a pé.
Deitou
a vez de andar.
Amanheceu
ar no ar.
E
se fez Belém do Verde.
Belém...Pedreira...Guamá.
O
Rio barrentou o mar.
Pariu
Tajá Marajó.
A
Régia do meu Pará, banhando em Icoaraci.
Mangueira
a se embriagar, embala daqui p'ra'li...
um
sonho bom de chegar, açaizal açaí.
O
Bar Quiosque a beber a Paz que o Teatro tem.
A
Cobra Grande no Porto, o Carmo da Cabanagem.
O
sal e a Sé não esquecem o Cirio longo dos passos.
Sob
o mormaço, maré, maré de gente vazante, pororocando,minguante.
A
rua antiga cidade, Batista Campos maior.
Cantando
com o Boto Preto, o canto do Sabiá.
O
Forte chora verdade nas águas do Guajará,
do
céu um azul azul encobre cascos e velas da 'Deusa de Áfua'...
Outeiro,
Mosqueiro e o Largo, refletem Luar no Bosque...
Morena
vem Ver-o-Peso, beber na cuia teus sonhos, lamber a ponta dos dedos...
Amando
o verde que cerca, o verde que cerca o verde.
Belém
desta rua Alfredo, cantando prosas sorri...
Nas
sestas do mano amigo, o papachibe querido.
No
São João, as passaradas, cantigas, caranguejada.
Momo
Gordo, Carimbo!
Paid'égua
que eu sou daqui.
Paid'égua
que eu sou daqui.
LUIZ JORGE FERREIRA
Menção Honrosa do Prêmio Bernardo de Oliveira Martins 2019
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