Por Sérgio Gemignani
PSIQUIATRIA
Como uma ampulheta
sem fim,
Sinto a vida
escoando,
Em cada grão que
cai,
Em cada minuto que
passa.
Sinto-me como se
fosse cada grão
Que passa pelo
estreito canal,
Que já viveu seu
momento,
Seu longo voo de
alguns instantes,
Fazendo parte de
uma vida.
No início as quedas
eram duras,
As distâncias
percorridas eram maiores
Até se atingirem os
objetivos,
Mas a cada etapa
vencida
Mais curtos se
tornavam.
Não sei quantos
grãos ainda restam,
Nem quantos já passaram
eu pude contar.
Não vejo um final
no tempo,
Que parece se
escoar em outro canal,
Num outro momento.
Outros são os grãos
também,
E, no entanto,
carregam de mim,
Que não termina.
O movimento
permanece,
A energia e até o
pensamento.
A vida continua
mesmo quando acabei de passar,
E, como eu, outros
já passaram.
Como uma ampulheta
sem fim.
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